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O Blogue da Mafalda

Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

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Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

Viver nas ilhas

26.08.19, Ana Fagundes Lourenço

Viver nas ilha implica lidar com certas limitações. 

Podia escrever um texto enormíssimo sobre tudo aquilo que nos falta. Mas não é disso que estas linhas se tratam. Hoje quero falar-vos dos privilégios de viver nestes pedacinhos de terra.

Vivemos numa ilha com cerca de 15.000 habitantes. Bem ou mal, todos se conhecem. Se é verdade que viver num meio pequeno obriga-nos a conviver com mexerico e alguma mesquinhez, também é verdade que nos sentimos mais seguros sabendo que, em sendo necessário, temos um vizinho a quem recorrer. Acreditem, isso é muito bom. Madalena Pico.jpg

(Vila da Madalena do Pico)

 

Quando São Pedro permite, preparo as coisas e, depois de sair do trabalho, vamos buscar a miúda e seguimos para a Baía de Canas, onde tomamos banho - podem dizer o que quiserem, mas não há nada como o mar! - antes de regressarmos a casa. Sem horários, dependendo apenas da nossa vontade.

Baía de Canas.jpg

(Baía de Canas)

Regressar a casa, mas não sem antes ir ver as vaquinhas. É preciso garantir que têm alimento e água. E se, por um lado, quero que a Mafalda tenha uma boa educação, actividades extra-curriculares e todas essas coisas bonitas e pomposas, por outro, acho essencial que ela conviva com o lado mais rural das nossas vidas: Que saiba tratar de uma vaca, de um cão, etc.

Estes são apenas alguns pequenos prazeres de que podemos usufruir por vivermos naquilo a que muitos chamariam de "fim do mundo". Viver nas calmas, num ambiente seguro e ter alguma margem para conjugar a vida familiar com a profissional, são coisas que não têm preço.

Se podia educar a minha filha noutro lugar qualquer? Podia, mas não era a mesma coisa.

 

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