Viver nas ilhas
Viver nas ilha implica lidar com certas limitações.
Podia escrever um texto enormíssimo sobre tudo aquilo que nos falta. Mas não é disso que estas linhas se tratam. Hoje quero falar-vos dos privilégios de viver nestes pedacinhos de terra.
Vivemos numa ilha com cerca de 15.000 habitantes. Bem ou mal, todos se conhecem. Se é verdade que viver num meio pequeno obriga-nos a conviver com mexerico e alguma mesquinhez, também é verdade que nos sentimos mais seguros sabendo que, em sendo necessário, temos um vizinho a quem recorrer. Acreditem, isso é muito bom.
(Vila da Madalena do Pico)
Quando São Pedro permite, preparo as coisas e, depois de sair do trabalho, vamos buscar a miúda e seguimos para a Baía de Canas, onde tomamos banho - podem dizer o que quiserem, mas não há nada como o mar! - antes de regressarmos a casa. Sem horários, dependendo apenas da nossa vontade.
(Baía de Canas)
Regressar a casa, mas não sem antes ir ver as vaquinhas. É preciso garantir que têm alimento e água. E se, por um lado, quero que a Mafalda tenha uma boa educação, actividades extra-curriculares e todas essas coisas bonitas e pomposas, por outro, acho essencial que ela conviva com o lado mais rural das nossas vidas: Que saiba tratar de uma vaca, de um cão, etc.
Estes são apenas alguns pequenos prazeres de que podemos usufruir por vivermos naquilo a que muitos chamariam de "fim do mundo". Viver nas calmas, num ambiente seguro e ter alguma margem para conjugar a vida familiar com a profissional, são coisas que não têm preço.
Se podia educar a minha filha noutro lugar qualquer? Podia, mas não era a mesma coisa.
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