Dois fenómenos inquestionáveis: Olhar de mãe, voz de pai.
Existem dois fenómenos poderosíssimos:
O olhar de mãe e a voz do pai.
O olhar de mãe dispensa apresentações. Quem nunca foi a casa de um amigo da família e levou com o famoso olhar quando confrontado com "queres um chocolatinho, meu amor?"?
Sempre fui bem ensinada. Sair com os nosso pais dava direito a aviso "já jantaste, não tens nada de ir comer para casa dos outros". E é impressionante como um simples olhar aniquilava qualquer pensamento revolucionário.
Passaram-se 19 meses e ainda tenho muito que treinar até chegar ao ponto de resolver tudo com um simples olhar. Estou na fase de tentar convencer, de negociar, de subornar (condenem-me, I don't care!). Se ela quer dar com a cabeça na parede, tenho de tentar atrair a sua atenção para outra coisa qualquer "Oh filha, e se fôssemos brincar com os cubos?" e rezar para que a mini-ditadora aceite tão maravilhosa sugestão. Estou, portanto, a anos-luz do pretendido. Mas tenciono continuar a tentar até chegar lá.
O outro fenómeno maravilhoso é a voz do pai. E nisso, porra, nisso o meu marido é bom. Já tentei criar o "voz de mãe", mas até o cão da vizinha Isilda me ignora.
"Mafalda, não atires coisas ao chão", "Mafalda, não batas na televisão" é uma luta constante e inglória. Uma pessoa mata-se a gritar e consegue ser menos ouvida que o D. Duarte de Bragança. Já o pai...Esse só tem de dizer o nome dela de forma mais assertiva e a rapariga mata-se a gritar.
Já com o meu pai era a mesma história e acho que este dom passa de pais para filhos (coisas de homens!).
Vou treinando o olhar. Até lá, posso contar com a voz do pai.