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O Blogue da Mafalda

Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

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Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

Desculpe, como disse?

14.11.16, Ana Fagundes Lourenço

Maria José Vilaça, face à pergunta, de “como acolher os homossexuais?", respondeu que acompanha famílias e pais e salienta que "para aceitar o filho não é preciso aceitar a homossexualidade". "'Eu aceito o meu filho, amo-o se calhar até mais, porque sei que ele vive de uma forma que eu sei que não é natural e que o faz sofrer'. É como ter um filho toxicodependente, não vou dizer que é bom."

 

Compreenderia - mesmo sem aceitar - esta conversa se a discussão fosse sobre princípios morais da Idade Média. Mas não. Estas palavras foram proferidas por uma psicóloga que, mesmo sendo católica, não deixa de ser psicóloga. Faz parte daquela classe profissional que procuramos quando os nossos filhos sofrem de bullying, por exemplo, por serem gays.

Comparar um homossexual a um toxicodependente é mais do que uma demonstração de ignorância. É mesquinhez. Não, minha senhora, os gays não sofrem mais do que os hetero. Quantas adolescentes melodramáticas dizem que se querem matar porque o namorado terminou a relação?

Enquanto escrevo este post, a minha filha de 3 meses dorme serenamente na sua caminha. Se é gay ou hetero, só o tempo dirá. Acredito que não se trata de uma mania, nem de uma doença. É uma orientação, só isso. Para quê tanto drama à volta de uma coisa tão normal?

Se me aparecer em casa com uma namorada, recebê-la-ei tão bem como receberei um namorado. É que pouco me importa se é um João ou uma Maria, quero é que a minha filha seja feliz. E todos os pais deviam querer o mesmo.

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