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O Blogue da Mafalda

Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

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Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

Coronavírus

Não sei o que nos espera, mas pela primeira vez sinto medo.

17.03.20, Ana Fagundes Lourenço

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O COVID-19 chegou aos Açores. 

Foi com um nó na garganta que li o comunicado do GACS do Governo Regional dos Açores a dar conta do resultado positivo de uma jovem de 29 que achou boa ideia ir para a ilha Terceira (a minha) depois de um passeio por Amesterdão e Felgueiras.

E de repente este arquipélago deixou de ser um pequeno paraíso: Estamos em estado de contingência, as escolas estão encerradas, assim como a maioria dos serviços. As entradas nos supermercados são controladas e os produtos disponíveis são escassos.

E o que me deixa frustrada é que tudo isto podia ter sido evitado. No momento em que o coronavírus chegou a Portugal, era dever dos governantes encerrar o espaço aéreo dos Açores. Não se trata de bairrismo, mas sim de clareza de raciocínio. Nos Açores apenas 3 ilhas têm hospital, as restantes têm de se orientar com centros de saúde. Dos 3 hospitais, apenas 1 dispõe de quartos com pressão negativa, que dizem ser de grande importância no tratamento do covid-19! Nem falo dos ventiladores, não vale a pena. Isto tudo para dizer que um vírus deste calibre numa região com esta escassez de recursos pode ter efeitos devastadores.
Ouvi hoje o Presidente do Governo Regional dizer que, por iniciativa do executivo açoriano, a SATA tinha concentrado toda a sua operação em São Miguel, cortando as ligações de e para a ilha Terceira. Os terceirenses estão "orgulhosamente sós" em relação às outras ilhas, mas continuam a receber voos da TAP e da Ryanair. É um absoluto disparate! Estão a brincar com a saúde das pessoas! 

Estamos em isolamento social. Saio de casa para o essencial, como é o caso das sessões de fisioterapia que por enquanto se mantêm. A minha filha está em casa comigo até o colégio reabrir e ser seguro regressar. É complicado manter uma criança longe dos amigos/coleguinhas? Claro, mas tem de ser. Expliquei-lhe que anda um bicharoco por aí que pode deixar-nos doentes. Ensinei a lavar as mãos correctamente, associando os movimentos à canção dos "parabéns". Curiosamente, aprendeu com facilidade e segue a máxima das mãos sempre limpas à risca.

Vivemos tempos complicados. Certamente tudo acabará em bem, mas até lá temos de seguir as orientações das autoridades de saúde, permanecer em casa, contactar a linha saúde em vez de correr para a urgência ao menor sintoma. Manter a calma e confiar nos profissionais. 

Cuidem-se.

 

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