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O Blogue da Mafalda

Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

O Blogue da Mafalda

Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

Socorro! A minha filha vai fazer análises

31.08.18, Ana Fagundes Lourenço

A Mafalda tem ficado doente mais vezes do que seria desejável. Após alguns episódios e muita medicação, a pediatra achou por bem fazer um estudo alergológico. Por mim tudo bem, até porque se pago impostos é para a minha filha ter acesso a cuidados de saúde - já que as consultas de especialidade me saem do bolso. O problema é que para fazer esse estudo...a Mafalda vai ter de dar um pouco do seu sangue. E acho que não é preciso explicar o que isso implica.

Considero-me uma pessoa equilibrada nessas questões. Fui inúmeras vezes com os meus sobrinhos ao hospital para poupar a mãe das crianças e só Deus sabe os esforços que já fiz para não desmaiar perante as desgraças daquelas duas pestes que se dão pelos nomes "Diogo" e "Miguel". Mas com sobrinhos é diferente: Estás lá, ama-los de coração, mas também pensas nos pais e no teu dever que é acalmá-los. Ou pelo menos evitar stressá-los mais. 

Com filhos a história é outra. Sentimo-nos mal, impotentes. Lembro-me do dia em que a Mafalda fez uma luxação, nas férias de Verão na Terceira. O pai estava numa pilha de nervos e eu assumi a tarefa de o acalmar. Mas assim que chegámos à urgência pediátrica, e quando questionados sobre quem acompanharia a bebé, não hesitei em passar a batata quente ao homem. Não é que não quisesse estar lá com a minha filha, a questão é que eu sabia que não aguentaria ver alguém escarafunchar na articulação até pô-la no sítio. 

Com as análises vai ser o mesmo teatro. Eu vou estar lá - até porque trabalho no edifício - mas quem vai entrar é o pai. Ficou decidido na hora e até marquei as análises no dia em que ele está em casa. Não se discute sequer o assunto.

Estão marcadas. E eu estou num sufoco que não me aguento.

Tecnologia - Sim ou Não?

27.08.18, Ana Fagundes Lourenço

É uma das questões mais debatidas pelas mães: Devemos fomentar a relação entre os nossos filhos e a tecnologia, ou é preferível deixá-los na ignorância o maior número de anos possível?

Cá em casa temos uma Mafalda que está super à vontade com o Youtube. A nossa função é abrir a aplicação, o resto é com ela: Vê a Masha e o Urso em russo, ouve músicas nas mais variadas línguas e esgota os dados móveis em pouco tempo.

Se estou orgulhosa do número de horas que a minha filha dedica a essa treta? Claro que não. Preferia que fizesse um puzzle ou algo do género para estimular os neurónios. Mas quando se passa muito tempo sozinha com uma criança e ainda se é responsável pelas refeições e tantas outras tarefas, usa-se tudo o que se pode. Chama-se a isso eficiência na gestão de recursos disponíveis. 

Sim, esta família dá o smartphone ao rebento para se entreter. Se é o ideal? Não. Mas faz-se o que se pode.

 

 

A Mafalda já dorme no seu quarto

21.08.18, Ana Fagundes Lourenço

Não apressámos nem forçámos as coisas. Apenas achámos que estava na altura de passarmos a Mafalda para o seu quarto, que está pronto para a receber...há 2 anos.

Fiz questão de a manter no nosso quarto enquanto achei necessário. Ela acordava muitas vezes e pedia para vir para o meio de nós. Ora, com noites destas a miúda não estava minimamente preparada para ficar sozinha.

Só que o Verão chegou e o calor veio em força. Uma cama que para dois é suficiente, torna-se pequena para três e nenhum de nós conseguia descansar. Andávamos cansados, com dores nas costas, e a Mafalda rabugenta como tudo.

No dia 13 de Agosto ganhámos coragem e tratámos dos últimos pormenores: Mudanças no quarto e aquisição de barra de protecção lateral (que com a segurança não se brinca). Tudo bonito e limpinho, bora lá!

Pois bem, estamos nesta nova fase há uma semana e, apesar de termos de ir ao quarto dela de vez em quando, a verdade é que estamos a descansar melhor. E ela também.

Não é maravilhoso?

Entrámos nos "terrible two"

07.08.18, Ana Fagundes Lourenço

No dia 26 de Julho festejámos o segundo aniversário da Mafalda e...a entrada nos chamados "terrible two".

A minha bebé cresceu e percebeu que é um ser autónomo e não uma extensão da mãe. Tem vontade própria e uma grande intolerância ao "não".

A fase não é propriamente uma novidade para mim pois já estagiei com os meus dois sobrinhos. O problema é quando estamos sozinhos com uma bebé que grita por tudo e por nada e não temos ninguém com quem deixá-la durante dois minutos para, sei lá!, fazermos ioga ou contarmos até mil. Não havendo alternativa, temos de contar até dois mil enquanto a criança berra.

O dia começa com "não": Não quer despir a camisa com que dormiu, não quer mudar a fralda, não quer vestir a roupa para ir para o colégio, não quer que lhe lavemos os dentes (acha que é muito independente e que trata do assunto). Uma pessoa acorda e 15 minutos depois já só pensa em emborcar uma caixa de Xanax!

 

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E as birras propriamente ditas? Que delícia! Ouve um "não" - aquela palavra maravilhosa que deve ser usada no processo educativo - e passa-se! Em tempos desatava às cabeçadas (no chão, na porta, na parede), agora grita e deita-se no chão. Progressos, senhores. Temos progressos.

Apesar da criança estar completamente possuída pelo demónio, eu adoro-a e sei que - muito lá no fundo - ela também adora a sua mãe. O problema é esta sua maneira, digamos que peculiar, de demonstrar afectos. Confesso que ouvir berros e levar dentadas não é muito agradável.

A boa notícia é que, em princípio, isto passa. A má é que esta fase tende a durar anos.

 

 Desejem-me sorte e dêem-me sugestões de bons vinhos para me aguentar!