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O Blogue da Mafalda

Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

O Blogue da Mafalda

Somos todos normais, até termos filhos! | Por Ana Fagundes Lourenço

Vamos deixar as crianças em paz?

05.04.18, Ana Fagundes Lourenço

Sei que já disse - mais do que uma vez - que a Mafalda tem um feitio, por vezes, difícil. Sim, é verdade, a miúda sempre foi obstinada e quando mete uma coisa na cabeça não há nada a fazer. Ah orgulho da sua mãe!

 

É comum os pais chegarem a casa cansados, sem paciência, e desatarem a repreender os filhos por não pararem quietos. Ora, se nós sentimos necessidade de extravasar o que nos vai na alma, como podemos exigir às crianças que fiquem quietas numa cadeira à espera que tenhamos uns minutinhos para elas?

 

Tenho na memória três episódios que me fazem pensar e agir de modo diferente hoje em dia:

Uma ida à urgência na madrugada de 26 para 27 de Fevereiro, a consulta de pediatria no dia 02 de Abril e o triste episódio da cadeira auto (ver aqui). Apesar dos três episódios, por si só, darem direito a birras descomunais, a minha filha esteve à altura e portou-se lindamente. 

 

E, apesar das noites mal dormidas, das febres por causa dos dentes, dos problemas respiratórios que teimam em não passar, todos os dias sou informada de que a Mafalda se portou bem no colégio. Chegaram, inclusive, a dizer que é das crianças com melhor comportamento.

 

 

Ora, se a minha bebé - cheia de energia - anda na linha durante todo o dia, não é minha obrigação reconhecer-lhe o direito de fazer das suas quando chega a casa? Não sentirá essa necessidade?

 

É por acreditar nisto que relativizo muita coisa: A rapariga suja, há de se limpar,atira os brinquedos, logo se arruma (tentando sempre envolvê-la nesse processo), faz birra, vai-se acalmar. Valerá a pena entrar em conflito com uma bebé que faz a sua parte? Ou será melhor aproveitar o tempo para mimá-la e fazê-la sentir-se especial?

 

É preciso ceder. Dar-lhes espaço para bem do ambiente familiar. Mas atenção que ceder não é permitir tudo. Se a Mafalda estica a corda vê a vida a andar para trás. Não permitimos que levante a mão, ou morda, por exemplo. Queremos vê-la feliz, mas é nosso dever educar a nossa filha e estabelecer limites. Basicamente, devemos saber distinguir o que vale ou não a pena discutir. Será assim tão difícil?

 

Então, vamos deixar as crianças em paz?